segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Humilde geografia

Eu não sei você, mas olhando pra trás, ainda que por cima do ombro, sabe? 
Disfarçadamente!? Eu vejo o quanto minha relação com o mundo, as coisas e as pessoas mudou.
Eu poderia até atribuir essa mutação toda ao fato de que depois de 4 anos, somos uma família não ortodoxa e expatriada. Logo, nossa interação com o mundo sofre (?!) uma mudança de cenário.
Mas é pouco. É raso. 
Claro, que o cenário, tem sim seu peso.
Morar na França, ou em qualquer lugar do mundo, influência nossa interação com o mundo.
De muitas maneiras, negativas e positivas. Mas hoje, quero falar de um ponto positivo.
Não quero ser limítrofe e dizer que tudo o que mudou, mudou apenas por conta de minha localização geográfica. Não!
Tem um bucadinho de maturidade envolvida, tem muita leitura, tem um pouco de lágrima, muita risada, muita derrapada, muito aprendizado, tem música boa nessa mistura toda.
Mas onde estou querendo chegar?
No simples.
Toda essa resenha, pra dizer que tô aprendendo o simples.
Aprendendo sobre as relação autênticas, sobre ser mãe, mulher, feminista, profissional, franco-brasileira, amiga, companheira, filha, irmã. Tô aprendendo sobre amor, sobre resiliência, sobre expatriados. Sobre gentileza.
E olha, te dizer meu irmão, fácil não, viu?!
Há dias que a vontade de fazer birra, igual a cria, gritar, chorar, prender a respiração até ficar roxa e alguém me por no colo é mais forte que a necessidade de respirar.
E nesse ponto, eu tirei sorte grande. 
Me meti no meio de uma galera (rede de apoio, eu tenho!) que entende minhas crises, me apoia, me ajuda a crescer...
Pra ajudar, a pressão social por essas bandas pelo "status" é quase zero (pelo menos da parte dos franceses). 
Não é o paraíso?
Aqui não se define quem é (grande parte do tempo) pelo trabalho/emprego ou pelo carro ou pelo cep...
E quando o calo aperta, dá pra gritar. E tudo bem!
Será que é isto ser adulta?!



Nenhum comentário:

Postar um comentário