segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Roberto Carlos Morreu


Isso mesmo, morreu! Semana passada aos 74 anos o Roberto Carlos.



O cantor, não o jogador.

Ou melhor, a versão francesa do nosso cantor.
E o Europeu quebra mais um clichê. Sabe aquele, de ser frio e insensível? Mentira!
Eles estão chorando copiosamente a morte do seu ídolo.

Ele não tinha perna de pau como o nosso, mas era dono de um pelo par de olhos azuis...
Aproximadamente 50 anos de carreira, como nosso e também chamado de "roqueiro" a moda antiga...

A versão francesa de RC morreu de um câncer do pulmão, 6 de dezembro de 2017 e a França simplesmente parou.

Jean-Philippe Smet, conhecido por Johnny Hallyday, cantor, compositor e ator, uma das personalidades francesas mais conhecida, na França. 
Pois é, a carreira dele não decolou internacionalmente, mas no panic! Por aqui a galera que era fã era MESMO. 

Mesmo não fazendo parte dessa time e achando a reação do povo um pouco exagerada, (o presidente usou até palavra herói françês, oi?!) confesso que estou emocionada de ver como o povo gostava do homi.

Obrigada Johnny, por me mostrar belas músicas e me fazer perceber a sensibilidade onde não via! 

Repouse en paix!


sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Para ti, para mim, para nós

E quando o ano é gentil conosco, todo agradecimento é pouco.
Realizar sonhos é uma delícia, mas quando é em boa companhia não tem nem nome...

Eu sempre quis conhecer Paraty - famosa por sua história, sua beleza natural e ainda seus eventos culturais, esse pedacinho do Rio (estado que amo!) é só puro encanto.

Ironias do destino - que se fosse uma pessoa, eu adoraria ter como amigo - eu só foi conhecer Paraty quando me mudei do Brasil.

De férias na casa da mamys, fomos convidados a "séjourné" no barco de um amigo, numa marina lindíssima durante uma semana.

Murilo amou. É dizer pouco. E é engraçado esse gênero de reflexão que só mãe faz.
Vou eu, ali realizar um pequeno sonho de velejar em aguas cariocas e a conclusão é: o filho amou!

Mas fala aí, se é lindo ou não?!

 A marina que foi nossa casa
 Fazendo a modelo - pic by irmão
 Não aprovo, mas pra praticar photo animais fofos ajudam...
 Beleza de natureza
 Eu que fiz, a foto e o filho!
Ah! Nosso Brasil

Só pra registrar lindas fotos e nosso agradecimento.
A mãe natureza e ao nosso amigo que puderam nos proporcionar um começo de 2017 incrível. Merci

Muito obrigada


Outro dia eu estava aqui mesmo falando da difícil arte de lidar com frases motivacionais, mas eis que estou estou aqui para falar sobre gratidão. Antes que você me ache contraditória, eu vejo a diferença nesses sujeitos.
Eu acredito em energia. Acredito em estado de espírito. Acredito mesmo.

Ser grato não deve ser apenas uma resposta automática para pequenos fatos positivos ou mera cordialidade quotidiana.
Eu creio na gratitude como um estado de espírito, um comportamento a adotar diante de tudo que está presente em nossa vida.

Não vamos falar sobre positivismo (tenho problema com isso...rs) nem problematizar demais o assunto, eu tô aqui só pra contar como ser grata mudou minha rotina.

Só pra te dar uma contextualizada meu nome bem poderia ser: Karoline Reclamona de Araújo

Moro na França há 3 anos (berrrr, novidade!) e quando me mudei tive depressão. Embora eu nunca tenha sido diagnosticada e essa talvez seja a primeira vez que eu registre isso...
Eu escolhi me mudar, mas fiquei bem perdida com a realidade da mudança violenta que sofri (vai ter um post só sobre depressão, esquenta não!) e fiquei infeliz porque não estava feliz e fiquei mais infeliz ainda porque achei que tinha sonhado o sonho errado e não tinha como explicar isso.
Nem pra mim, nem para os outros.

Enquanto eu fui ficando infeliz, meu filho foi acumulando problemas na escola, eu fui engordando e as pessoas a minha volta, que já eram poucas, se afastando. E eu segui reclamando.
E as coisas foram empacando.
E não que a vida fosse um grande "bote salva vidas" vindo de alguma parte do mediterrâneo naquele momento. Tipo, muito ruim, caso a metáfora tenha sido estranha...
Eu tinha pequenas vitorias todos os dias e simplesmente era incapaz de enxergar.

Aí veio a minha cirurgia bariátrica, totalmente gratuita e eu consegui ficar feliz? Não.

Eu consegui emagrecer 15 quilos no primeiro mês, fiquei feliz? Não.

Eu recebi uma carta da prefeitura dizendo que para mudar meu status de residente eu teria que ir buscar o documento na embaixada do meu país (o que tinha um prazo mínimo de 6 meses pra acontecer). Morar fora e ter a chance de passar ao menos 6 meses (foram 8 meses no total) em "casa", fiquei feliz? Não. Só via problemas, só enxergava o negativo.

Pra resumo total, eu era simplesmente insuportável.

Depois de estourar o cartão de crédito em dezembro de 2016, lá no Brasil, com não sei o que, sério!, eu não vi onde foi parar a grana...bref! Minha primeira resolução do ano foi, consumir inteligentemente e fazer economia e talvez mesmo gerar um dinheirinho.

E a partir daí, caro amigo que me leu até agora (valeu!), a vida começou a ser realmente gentil comigo.
Quando eu me ocupei, tracei uma linha de partida e um objetivo eu não só consegui o que tinha me proposto a fazer, mas não tinha mais tempo pra reclamar.
Eu decidi não comprar (por impulso) por 300 dias (teve umas derrapadas, claro!). Mandei a criança pra escola e com meu tempo livre, durante dois meses, fiz bolinhos saudáveis pra vender.



E escrevendo isso agora, parece tão obvio... mas não é.

Quebrar esse espiral vicioso de negativismo e reclamações é uma tarefa dura e exige uma força imensa. Um trabalho árduo e no meu caso, diário!

Há dias fáceis, outros que parece simplesmente impossível não reclamar...

Mas não é isso a vida, uma aventura cheia de surpresas?!


domingo, 15 de outubro de 2017

Basta querer. Mesmo?

Quem nunca ouviu uma ou duas frases motivadoras?

Sucesso e determinação, basta querer.
Coragem e força de vontade, isso te leva a qualquer lugar.
Todos os dias são bons, basta você querer.

Amiga(o), se somente querer bastasse, todo mundo era rico e magro e morava em Paris. Não? Ok, talvez Bali também seja uma boa opção.

Eu não sou contra frases motivacionais ou desfavorável ao discurso positivista, mesmo tendo enorme dificuldade em compreendê-los. Se eles servem pra alguém, já tá valendo.

Mas as pessoas não são formas de 22cm de diâmetro onde qualquer receita de bolo para formas de 22cm de diâmetro vai resultar num lindo bolo de "n" sabores de 22cm de diâmetro.

Somos um combo molecular em constante mutação, influenciados pelas experiências vividas, o meio (do habitat, tá, não o do outro meio...), o sistema político, o sanitário e a coisa toda.

E no meio dessa bagunça toda, você acaba perdendo a vontade de dialogar com o mundo, porque não importa qual assunto jogar na rodinha, quase sempre vai ter uma frase de Dalai Lama ecoando no fim da conversa. Quer ver?

-Cara, perdi meu emprego, tô preocupado com o futuro do país, engordei 2,5kg, meu filho perdeu a vaga na creche por conta da mudança de partido na prefeitura, a escola de natação comunitária do meu bairro tá sem aulas por falta de professores, quebrei uma unha limpando o tapete, você acredita?

- Se estamos possuídos por uma inabalável determinação, conseguiremos superar. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho...já dizia Dalai.

-Hein?

-Aí cara, deixa de ser negativo, basta querer que você alcança...

Explica aí, como é que "basta querer" resolve a equação...


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Ecopark e Descobertas

Uma das coisas mais difíceis dentro da nossa rotina é sair sem rumo certo. 
Por conta do trabalho e dos horários complicados qualquer ida a padaria exige planejamento.
Ok, tô forçando um pouco a barra, mas é quase isso.
E aí que nós ouvimos falar de uma cachoeira aqui perto da nossa casa e planejamos visita-lá.

Planejamos é eufemismo, porque no fim das contas ninguém saiu de casa com roupa de banho ou com pique-nique, nem mesmo uma mísera toalhinha pra sentar o popozão no chão.

Mas aí resolvemos fazer uma LOUCURA LOUCURA LOUCURA (na voz do Luciano Hulk, saca?) e fomos seguindo as placas para o ECOPARK.

Que dia!
Em resumo, um parque de percurso sob as árvores. 
Ou escalada, se quiser. 
Para adultos e crianças. Com diferentes níveis de dificuldade.
3 percursos para iniciantes. 7 percursos de aventura e ainda um espaço para a galerinha de 2 anos. 
Minhas reações instintivas:
 1. Caraca, como não pensei nisso antes?!
 2. Murilo vai subir sozinho (porque 90% das atividades por aqui as "criança" faz sozinha, obrigatoriamente) e vai chorar a 15 metros do chão. Eu vou ter que me equipar com as "corda toda" pra ir buscar a cria lá encima, descer ele, que estará aos berros, e eu emputecida e vamos todos embora putos pra nunca mais voltar. Neurótica?!

Que bom que a gente se engana, não é mesmo? 
Não que o Murilo seja o coragem, cão covarde...
Mas ele tem mesmo o dom de me surpreender.

Eu realmente me esforço para ser o tipo de mãe que encoraja, que não passa os próprios medos pra cria e toda essa papagaiada, mas porém, contudo, entretanto quando eu vi o tamanho do trem imaginei que ao subir todo amarrado, sozinho, com trocentos cabos de segurança pra trocar a tordo a direito ia dar merda.

Não deu. E nesses momentos, eu adoro estar enganada.

Olha só a vibe do lugar.







"Que a nossa capacidade de aprender nunca diminua."

Paz.

sábado, 30 de setembro de 2017

Um Clube para chamar de MEU

Na minha última ida ao Brasil, que durou 8 meses e, claro vai virar um post mega longo logo mais, eu participei de um clube de livros. A Thaís organizou tudo com muito amor e carinho e o trem tá lá, lindo de viver, acontecendo mensalmente para os felizardos que tem a sorte de cruzar o caminho dela.
Foi o meu caso, mas quando o clube "aconteceu" eu já tinha uma data pra voltar pra casa e voltei com gostinho de quero mais.


Queria mais livros interessantes, mais gente bacana pra conversar, mais sugestões de títulos que eu não tomaria a iniciativa de ler sozinha. Enfim, queria o piquenique literário aqui comigo.

Na falta de ter um clube nesse formato lindo que eu experimentei, resolvemos criar um clube pra nós aqui no velho mundo, não apenas para chamar de nosso mas para proporcional esse tipo de aproximação ou abordagem, como queiram, para os nosso amigos franceses.

Uma pesquisa feita recentemente aponta que 9 em cada 10 franceses leram ao menos 1 livros nos últimos 12 meses. Os números estão aos nosso favor. 

Dito isso, se você está lendo esse texto e estará em La Garde dia 28 de outubro lá pelas 15h, dá uma passadinha na livraria do centro e vem ver o que vamos aprontar!

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O que eu aprendi na França



A vida de expatriada me ensinou uma infinidade coisas. Fato!
Mas determinados hábitos eu acredito que não é mérito apenas da vida de expatriada, mas sim do lugar exato onde vivo.
Vem ver o que aprendi na França e com os franceses:

Ø Metodologia é a alma do negócio


Você conhece alguém com TOC? Então você conhece todos os franceses. Sem exagero. Juro!
Tente fazer algo diferente, melhor e mais rápido do que eles estão acostumados e certamente você ira ouvir: "mas aqui na França não fazemos assim" ou ainda "isso não vai funcionar porque não é dessa forma que se faz". Eles ficam visivelmente perturbados ao descobrir que existem outras formas de fazer a mesma coisa. 
As vezes mais eficaz!
Isso me fez ser ainda mais metódica com relação a algumas coisas, mas também a ser tolerante com o TOC alheio.

Ø Defesa do consumidor, conhece?

Todos nos conhecemos, não? Mas vc utiliza? Já utilizou? Sabe de cor as leis de consumo? Eu não. Não conheço no Brasil nem aqui no velho mundo, mas se tem uma coisa que o francês faz como ninguém é brigar por seus direitos de consumidor, seja de produtos ou serviços. Seja caro ou barato. Direito é direito e é dever de todos fazer valer. Eu tento não brigar mas confesso que as vezes acontece...
De qualquer forma, esse é um bom novo habito na minha vida, fazer valer meus direitos de consumidora. 


Ø Quantas sobremesas cabem numa mesa?


Aqui uma refeição completa não tem arroz, feijão, batata e macarrão. 
 sei, vc não consegue imaginar sua vida sem essas regalias, mas eu confesso que esse foi o menor dos meus problemas.
Eu nunca fui fã dessa tradição e adorei a ideia de comer diferente.
Mas esse é papo para um outro post, o papo aqui é sobremesa…temos sobremesas. Todos os dias. Duas vezes por dia.
Não se assuste, não da para comer torta de morango todos os dias (não tem morango o ano todo por aqui).
Uma refeição completa basicamente tem, uma salada, uma carne, um ou dois legumes, pão, queijo e sobremesa. Que varia entre uma fruta, um "yaourt", um chocolate, um doce, pouco importa. Claro que a estação do ano tbm conta na hora de escolher a composição dos nossos pratos, mas sobremesa tem e todo dia. Sagrado. E no domingo, melhorado.

Ø Râler c’est un sport


 Reclamar é verbo aqui também = râler. Só que por aqui é um esporte, conhecido nacionalmente. Onde tem dois brasileiros, tem churrasco e cerveja? Pois bem, onde tem dois franceses tem reclamação, de tudo: meteorologia, política, administração publica, esporte, pode imaginar aqui o que você bem entender. Um francês vai conseguir reclamar. Certeza. Esse porém foi um hábito que eu adquiri sem perceber e hoje faço malabarismos para me livrar. Apelei até para livros de auto ajuda. "J’arrête de râler." (Eu paro de reclamar) rs…

Ø Tempo, tempo, tempo

Uma filosofia que aprendi com os franceses e quero levar eternamente comigo é como o tempo é medido. Eu explico: antes de me mudar minha vida era trabalho, maternidade, lazer, família e amigos. O tempo era basicamente dividido dessa forma e totalmente desproporcional. A prioridade era o trabalho, como para todo mundo, não? Não aqui. Aqui tempo bom é tempo usado para fazer o que se ama. Para aproveitar o sol no verão, para tomar chocolate quente no inverno. Para ir à praia. Para passar um final de semana na estação de sky. O tempo que passamos trabalhando, na visão do francês é um tempo irrecuperável. Um mal necessário. Pode parecer radical, e no começo eu achei um pouco absurdo, mas quando vc percebe que o trabalho é apenas uma forma de ganhar dinheiro para realmente aproveitar a vida, faz todo sentido. E te da um gás enorme para realmente curtir a vida de forma muito mais leve.

Ø Bricoler

Eu não sei exatamente a tradução dessa palavra para o português mas posso te dar o conceito: faça você mesmo. Tudo! Pintar a casa, montar móveis, se servir dentro de uma loja de sapatos, limpar seu jardim, trocar papel de parede, reformar o banheiro. Tudo é a venda e disponível para não profissionais se virarem. Eu aderi. Com uma certa relutância. Mas aderi…rs

Ø Tá nervoso? Vá pescar!

Está cansado? Pode falar. Não existe pudor ou tabu por aqui. Nem super mãe, super mulher, super profissional, ou ainda a mulher maravilha. Cansou? Boca no mundo! Vai resolver? Provavelmente não, no máximo vai atirar mais uns cansados e todo mundo vai reclamar junto do ritmo acelerado da vida, da quantidade de tarefas a cumprir num dia muito curto, etc, mas sabe aquela teoria de que por para fora descarrega? Pois é, funciona.

Ø Viver em dois idiomas

E por ultimo, mas não menos importante o famoso bilinguismo.
Eu já ouvi algumas vezes ao longo desse caminho: mas o bilinguismo não confunde a cabeça da criança?
Eu quase tenho uma crise cada vez que ouço, mas sempre respondo educadamente que não, não confunde. Há dois anos atrás eu me dava ao trabalho de explicar, atualmente tenho preguiça. Mas os franceses, tão famosos pela cabeça fechada é só amor, só elogios e muitos comprimentos pelo trabalho que estamos fazendo, porque pessoas, crescer em dois idiomas, não só é legal, como é rico e divertido e de suma importância para manter o vínculo, com a galera que acha confuso. Irônico? Como a vida deve ser…