segunda-feira, 14 de abril de 2014

E da vida?

A tal das exigências sociais são o bicho, não acha?
São pequenas, as vezes não tão pequenas quanto deveria, cobranças veladas.
Pressões estúpidas, enrustida de "preocupação com o futuro". E a resposta que eu sempre tenho para esse tipo de situação é inevitavelmente engolida, pois seria socialmente classificado como...como é que dizem mesmo...é...ULTRAJANTE. rs
...

Assustada com o mundo e cansada da vida é como me sinto e como seria um belo começo pra história da minha vida se ela fosse escrita hoje.
Quase 30 anos, sem casa, sem carro, sem diploma e sem marido. Sem ânimo, sem coragem e sem a bunda das famosas, que dispensaria ter qualquer outro dos itens. 
Mas aí a população em geral que comumente cerca a mim e a todo tipo Loser, acha que tem a solução, que não passa de preconceito destilado a esmo, chamado de "conselho".
Volte pra faculdade, mude de país, não mude de país, processe o pai ausente, compre uma casa, não compre uma casa pois a bolha imobiliária blá blá blá, compre um carro, mesmo velho, mude seu filho de escola, vá pra academia, faça dieta, corte o cabelo, pinte o cabelo, não mexa no cabelo.
Realmente, meu cabelo ainda está na minha cabeça, POR TANTO, faço dele o que bem entender e tiver vontade e dinheiro, obviamente.
Quando foi que eu me cadastrei nesse clube privado de conselhos para o "seu próprio bem"? Com muita enfase no próprio, porque só alguém que não vive sua vida é capaz de saber o que é bom para o seu PRÓPRIO BEM.

Na boa, nem eu sei, e no momento não há interesse em saber.
Só quero viver minha vida de palerma, sem intervenções alheias, em paz.
Eu não me detesto só porque não sei qual rumo devo tomar. Ser meio perdida é meu destino. E eu aceito isso. Infinitamente bem. As pessoas não aceitarem isso também é que é X, Y Beta, Gama da questão.

Com tanta gente detestável no mundo, eu deveria odiar a mim mesma, só porque não sei pra onde ir?
Não sou multimilionária, não gosto de bichos, não sou membro do GREENPEACE, nem vou chegar ao médicos sem fronteiras pra voltar a terra natal como herói. 

Estou mais para a nerd, louca por livros, mãe amalucada, fumante, bebedora de cerveja, gordinha com trauma de infância, que tem medo da morte e de cemitério. Que jamais dispensa boa cia, ótimas risadas, e um nascer do sol. Que detesta poesia por ser incapaz de compreender a coisa toda, mas principalmente a dor do outro. Pois que dor é extremamente pessoal. Que adora comida de boteco, mas vive de dieta.
Ouvidora de mão cheia, principalmente do silêncio e da boa música. Louca por doce, que tem um medo fudido de ter diabetes na velhice. Que tem medo da velhice. Mas não tem medo de montanha russa, nem de avião, nem qualquer coisa que lhe tire o riso. Mesmo que seja uma piada de si mesma.
E pra mim "tá bom pro meu próprio bem". Obrigada.





Nenhum comentário:

Postar um comentário